segunda-feira, 9 de maio de 2016

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

Santo Agostinho

terça-feira, 29 de março de 2016

BRASIL HOJE...



Em poucas palavras, a verdade é a seguinte:
O Brasil está sem governo.
Do que jeito que está não pode ficar.
O país agoniza.
Não é questão de partido político, nem de ideologia.
Está faltando patriotismo.
E mais do que patriotismo, amor ao próximo ou, se preferirem, humanidade mesmo.
Uma geração inteira está sendo comprometida.
Desemprego crescendo.
Saúde a zero.
Educação aos cacos.
Desencanto nas almas.
Falta de otimismo em relação ao futuro.
A Pátria do Evangelho cada vez mais distante.
Um sonho que, infelizmente, está nos escapando.
Corrupção em quase todos os setores da vida comunitária.
A religião em falência.
Pastores vendilhões.
Mesmo os espíritas, com sua vaidade e personalismo, deixando muito a desejar.
Falta de credibilidade interna e externa.
Instituições falidas.
Apego exacerbado ao poder.
Disputa pelo ter, e não pelo ser.
Descalabros administrativos sem precedentes.
Pior do que a “derrama” nos tempos da Inconfidência.
Estradas em ruína.
Cidades abandonadas.
Discursos mentirosos.
Reivindicações ignoradas.
Falsos intelectuais defendendo o establishment.
Decepções com promissoras lideranças.
Esquerda prostituída.
Falta de luz no fim do túnel.
Com urgência, procura-se um homem.
Ou uma mulher.
Enfim, um estadista, de calças ou de saias.
Não obstante, a maioridade do Brasil está às portas.
É agora ou tarde demais.
Por que os mortos se intrometem nisto?! Porque os vivos, por si sós, não estão dando conta do recado.
O assunto preocupa as Altas Esferas.
Se o Cristo não se preocupasse com a Humanidade, Ele não teria vindo a Terra, e passado pelo que passou.
Então, calem-se os argumentos tolos.
O brasileiro precisa aprender a escolher melhor os seus governantes.
Alfabetizar-se politicamente.
Não trocar voto por favores pessoais.
A situação é grave.
A renúncia num simples conflito, por vezes, evita muito derramamento de sangue.
Que o Cristo nos livre de embates violentos.
Ainda resta um fio de esperança na paz.
Os próximos dias, que precisam ser rápidos, serão decisivos.
Porque, de fato, como disse Chico Xavier, “o Brasil será a grandeza ou a decadência que os homens públicos dele vierem a fazer.”

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 28 de março de 2016.

sexta-feira, 18 de março de 2016

....sem saber como orar

A FILHA DE UM HOMEM PEDIU A UM SACERDOTE QUE FOSSE A SUA CASA REZAR UMA ORAÇÃO PARA O SEU PAI, QUE ESTAVA MUITO DOENTE.

Quando o Sacerdote chegou à residência, encontrou este pobre homem na sua cama com a cabeça levantada por um par de almofadas. Havia uma cadeira ao lado da cama, pelo que o sacerdote pensou que o homem sabia que viria vê-lo.
- Suponho que estava à minha espera? – disse-lhe.
- Não. Quem é o senhor? – perguntou o homem enfermo.
- Sou o Sacerdote que a sua filha chamou para que rezasse com o senhor.
Quando entrei e reparei na cadeira vazia ao lado da sua cama, supus que o senhor sabia que eu viria visitá-lo.
- Ah sim, a Cadeira.
Importa-se de fechar a porta? – perguntou o homem doente.
O Sacerdote, surpreendido, fechou a porta.
O homem enfermo disse-lhe:
- Nunca disse isto a ninguém, mas passei toda a minha vida sem saber como orar. Quando estava na Igreja, escutava sempre, a propósito da oração, como se deve orar e os benefícios que traz…
…mas sempre…isto das orações…não sei…! Entra-me por um ouvido e sai-me pelo outro.
De qualquer forma, não faço ideia de como a fazer. Então…Faz muito tempo que abandonei por completo a oração.
Isto foi assim até há uns quatro anos, quando, conversando com o meu melhor amigo, ele me disse:
"José, isto da oração é simplesmente ter uma conversa com Jesus; sugiro-te, pois, que faças assim…Sentas-te numa cadeira e colocas outra cadeira vazia em frente da tua; depois, com fé, olhas para Jesus sentado diante de ti. Não é algo aloucado fazê-lo, pois ele disse-nos: “Eu estarei sempre convosco”.
Portanto, falas-Lhe e escuta-Lo, da mesma maneira como estás agora a fazer comigo."
- Foi assim que fiz uma vez e agradou-me, pelo que continuei a fazê-lo umas duas horas diárias desde então.
Tenho sempre muito cuidado, não vá a minha filha ver-me…Pois internar-me-ia imediatamente num manicômio.
O sacerdote sentiu uma grande emoção ao escutar isto e disse a José que era algo muito bom o que estava a fazer, e que nunca deixasse de o fazer.
Rezou imediatamente uma oração com ele. Deu-lhe a bênção e foi para a sua paróquia.
Dois dias depois, a filha de José chamou o sacerdote para lhe dizer que o seu pai tinha falecido.
O sacerdote perguntou-lhe:
- Faleceu em paz?
- Sim, quando saí de casa, por volta das duas da tarde, chamou-me e fui vê-lo na sua cama. Disse que me queria muito e deu-me um beijo.
Quando regressei de fazer umas compras, uma hora mais tarde, já o encontrei morto.
Mas há algo de estranho na sua morte, pois, aparentemente, justamente antes de morrer, aproximou-se da cadeira que estava ao lado da sua cama e reclinou a cabeça sobre ela; foi assim que o encontrei.
Que pensa o senhor que isto possa significar?
O sacerdote, profundamente comovido, enxugou as lágrimas da emoção e respondeu-lhe:
- Oxalá que todos nós pudéssemos ir dessa maneira.