...qualquer coisa entre o racional e a insanidade... O homem nada sabe, mas é chamado a tudo conhecer. Amigos, é hora de despertar e fazer os outros despertarem!
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver duvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz;
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado;
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém
quinta-feira, 14 de março de 2013
OBSESSORES TERRÍVEIS
Antes de lançares sobre os desencarnados a culpa pelos males e aflições
que, tantas vezes, padeces na existência carnal, medita na ação dos
obsessores terríveis que, em ti mesmo, acalentas, sequer cogitando de
sua perniciosa influência.
Tais entidades espirituais, embora
sejam tão invisíveis quanto às outras que afirmas te rondarem os passos,
costumam ser mais presentes em tua existência que os pobres
desencarnados que, indebitamente, rotulas de perturbadores, quando, na
maioria das vezes, não passam de criaturas necessitadas de tuas preces.
De maneira sucinta, listaremos abaixo tais agentes das trevas que,
habitualmente, se fazem mais presentes em teu dia a dia, sem que tomes
qualquer providência para deles te libertar.
Ódio – sob a sua ação funesta és capaz de tomar atitudes altamente comprometedoras de tua paz e felicidade.
Inveja – a sua força pode ser tão avassaladora sobre ti que, debaixo de
sua sugestão hipnótica, corres o risco de deixar de viver a tua própria
vida para viver a vida dos outros.
Ciúme – no campo do
relacionamento humano, já se perdeu a conta do número de vítimas feitas
por esse espírito que tem o estranho poder de anular o discernimento de
quem por ele é possuído.
Egoísmo – exige exclusividade e,
igualmente, não se sabe quantos por ele vivem em regime de completa
subjugação moral, a ponto de anular quase todas as possibilidades de
crescimento espiritual da criatura a que se enlaça.
Desânimo –
atuando com sutileza, suscita infindáveis questionamentos a respeito do
que vale ou deixa de valer a pena, em matéria de esforço, e, não raro,
se transfigura em depressão e descrença.
Revolta – a dor que
esta entidade costuma provocar na alma em que se aloja é tão grande,
que, infelizmente, só poderá ser desalojada com o auxílio de uma dor
maior ainda.
Ociosidade – aparentemente inofensivo, porém,
autêntico lobo em pele de ovelha, este obsessor é o que mais bem sabe se
disfarçar e, assim, enganar aqueles que se comprazem em sua companhia.
Ambição – dos agentes das trevas, este, talvez, seja o mais
inconsequente de todos, porque, em verdade, enquanto não leva a sua
vítima para o túmulo não lhe concede trégua.
Muitos outros
obsessores deste naipe, em falanges inumeráveis, óbvio, poderiam ser
aqui ainda listados: orgulho, desfaçatez, sensualidade, cupidez,
mentira, maledicência, leviandade...
Não obstante, crendo ter
cumprido com o papel de denunciá-los, vamos parando por aqui, não sem
antes afirmar que estes quadros de obsessão, para os quais quase ninguém
cogita de tratamento espiritual sério, através, principalmente, da
desobsessão no trabalho da Caridade, são os responsáveis por 90% dos
desastres cuja culpa os homens encarnados acham muito mais fácil
atribuir aos infelizes desencarnados que, também, tombaram sob o seu
talante.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 4 de março de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
ORAÇÃO FRATERNAL
Irmão nosso, que estás na Terra, Glorificada seja tua vontade, em favor do Infinito bem.
Trabalha incessantemente pelo Reino Divino, com tua cooperação espontânea.
Seja atendida a tua aspiração elevada, com esquecimento de todos os caprichos inferiores.
Tanto no lar da Carne, quanto no Templo do Universo.
O pão nosso de cada dia, que vem do Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente.
Desculpa nossas faltas para contigo, assim como o Eterno Pai tem perdoado nossa dividas em comum.
Não permitas que a tua existência se perca pela tentação dos maus pensamentos.
Livra-te dos males que procedem do próprio coração.
Porque te pertence, agora, a gloriosa oportunidade de elevação para o reino do poder, da justiça, da paz da glória e do amor para sempre!
Assim seja!
Emmanuel
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC
AOS ESPÍRITAS DO BRASIL
I - EXORTAÇÃO AO ESTUDO, A CARIDADE
E A UNIFICAÇÃO
Paz e amor convosco.
Que possamos ainda uma vez, unidos pelos laços da fraternidade, estudar
essa doutrina de paz e de amor, de justiça e de esperanças, graças à
qual encontraremos a estreita porta da salvação futura ‒ o gozo indefinido e imorredouro para as nossas almas humildes.
Antes de ferir os pontos que fazem o objetivo da minha manifestação, devo pedir a todos vós que me ouvis ‒ a todos vós espíritas a quem falo neste momento ‒ que
me perdoeis se porventura, na exteriorização dos meus pensamentos,
encontrardes alguma coisa que vos magoe, algum espinho que vos vá ferir a
sensibilidade do coração.
O cumprimento do dever nos impõe usemos de linguagem franca, rude
mesmo. Por isso que cada um de nós terá uma responsabilidade individual e
coletiva e, para salvá-la, lançamos mão de todos os meios que se nos
oferecem, sem contarmos, muitas vezes, com a pobreza da nossa
inteligência, que não nos permite dizer aquilo que sentimos sem magoar,
não raro, corações amigos, para os quais só desejamos a paz, o amor e as
doçuras da caridade.
Certo de que ouvireis a minha suplica; certo de que, falando aos
espíritas, falo a uma agremiação de homens cheios de benevolência,
encetei o meu pequeno trabalho, cujo único fim é desobrigar-me de graves
compromissos que tomei para com o nosso Criador e Pai!
Sempre compassivo e bom, volvendo os piedosos olhos à Humanidade
escrava dos erros e das paixões do mundo, Deus torna uma verdade as
palavras do Cristo, e manda o Consolador – O Espírito de Verdade - que
abertamente fale da revelação messiânica a essa mesma Humanidade
esquecida dAquele que foi levado pelas ruas da amargura, sob o peso das
iniqüidades e das ingratidões dos homens!
Corridos os séculos, desenvolvido intelectualmente o espírito humano,
Deus, na sua sabedoria, achou que era chegado o momento de convidar os
homens à meditação do Evangelho – precioso livro de verdades divinas ‒ até então ensombrado pela letra, devido a deficiência da percepção humana para compreendê-lo em espírito.
Por toda a parte se fez luz; revelou-se à Humanidade o Consolador prometido, recebendo os povos ‒ de acordo com o seu preparo moral e intelectual ‒ missões importantes, tendentes a acelerar a marcha triunfante da Boa-Nova!
Todos foram chamados: a nenhum recesso da Terra deixou de apresentar-se
o Consolador em nome desse Deus de misericórdia, que não quer a morte
do pecador ‒ nem o extermínio dos ingratos ‒ e sim os deseja ver remidos dos desvarios da carne, da obcecação dos instintos.
Sendo assim, a esse pedaço de terra, a que chamais Brasil, foi dada
também a Revelação da Revelação, firmando os vossos Espíritos, antes de
encarnarem, compromissos de que ainda não vos desobrigastes. E perdoai
que o diga: tendes mesmo retardado o cumprimento deles e de graves
deveres, levados por sentimentos que não convém agora perscrutar.
Ismael, o vosso Guia, tomando a responsabilidade de vos conduzir ao
grande templo do amor e da fraternidade humana, levantou a sua bandeira,
tendo inscrito nela ‒ Deus, Cristo e Caridade. Forte pela
dedicação, animado pela misericórdia de Deus, que nunca falta aos
trabalhadores, sua voz santa e evangélica ecoou em todos os corações,
procurando atraí-los para um único agrupamento onde, unidos, teriam a
força dos leões e a mansidão dos pombos; onde, unidos, pudessem afrontar
todo o peso das iniqüidades humanas; onde, enlaçados num único
sentimento ‒ o do amor ‒ pudessem
adorar o Pai em Espírito e Verdade; onde se levantasse a grande muralha
da fé, contra a qual viessem quebrar-se todas as armas dos inimigos da
Luz; onde, finalmente, se pudesse formar um grande dique à onda
tempestuosa das paixões, dos crimes e dos vícios que avassalam a
Humanidade inteira!
Constituiu-se esse agrupamento; a voz de Ismael foi sentida nos
corações. Mas, à semelhança das sementes lançadas no pedregulho, elas
não encontram terra boa para as suas raízes, e quando aquele anjo bom ‒
aquele Enviado de Deus ‒ julgava ter em seu seio amigos e irmãos capazes
de ajudá-lo na sua grande tarefa, santa e boa, as sementes foram
mirrando ao fogo das paixões, foram-se encravando na rocha, apesar de o
orvalho da misericórdia divina as banhar constantemente para sua
vivificação.
Ali, onde a humildade deveria ter erguido tenda, o orgulho levantou o
seu reduto; ali, onde o amor devia alçar-se, sublime e esplêndido, até
junto do Cristo, a indiferença cavou sulcos, à justiça se chamou
injustiça, à fraternidade - dissensão!
Mas, pela ingratidão de uns, haveria de sacrificar-se a gratidão e a boa-vontade de outros?
Pelo orgulho dos que já se arvoraram em mestres na sua ignorância,
havia de sacrificar-se a humildade do discípulo perfeitamente
compenetrado dos seus deveres? Não!
Assim, quando os inimigos da Luz – quando o espírito das trevas julgava
esfacelada a bandeira de Ismael, símbolo da trindade divina; quando a
voz iníqua já reboava no Espaço, glorificando o reino das trevas e
amaldiçoando o nome do Mártir do Calvário, ele recolheu o seu estandarte
e fez que se levantasse pequena tenda de combate com o nome -
Fraternidade!
Era este, com certeza, o ponto para o qual deviam convergir todas as
forças dispersas – todos os que não recebiam a semente do pedregulho.
Certos de que acaso é
palavra sem sentido, e testemunhas dos fatos que determinaram o
levantamento dessa tenda, todos os espíritas tinham o dever sagrado de
vir aqui se agruparem – ouvir a palavra sagrada do bom Guia Ismael –
único que dirige a propaganda da Doutrina nesta parte do planeta e único
que tem a responsabilidade da sua marcha e desenvolvimento.
Mas, infelizmente, meus amigos, não pudestes compreender ainda a grande significação da palavra ‒ Fraternidade!
Não é um termo, é um fato; não é uma palavra vazia, é um sentimento, sem o qual vos achareis sempre fracos para essa luta que vós mesmos não podeis medir, tal a sua extraordinária grandeza!
Ismael tem o seu Templo, e sobre ele a sua bandeira ‒ Deus, Cristo e Caridade! Ismael tem a sua pequenina tenda, onde procura reunir todos os seus irmãos ‒ todos aqueles que ouviram a sua palavra e a aceitaram por verdadeira: chama-se Fraternidade!
Pergunto-vos: Pertenceis à Fraternidade? Trabalhai para o levantamento desse Templo cujo lema é: Deus, Cristo e Caridade?
Como, e de que modo?
Meus amigos! É possível que eu seja injusto para convosco naquilo que
vou dizer: o vosso trabalho, feito todo de acordo ‒
não com a Doutrina ‒ mas com o que interessa exclusivamente aos vossos
sentimentos, não pode dar bom fruto. Esse trabalho, sem regime, sem
disciplina, só pode, de acordo com a doutrina que esposastes, trazer
espinhos que dilacerem vossas almas, dores pungentes aos vossos
Espíritos, por isso que, desvirtuando os princípios em que ela assenta,
dais entrada constante e funesta àquele que, encontrando-vos desunidos
pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, facilmente vos acabrunhará com
todo o peso da sua iniqüidade.
Entretanto, dar-se-ia o mesmo se estivésseis unidos? Porventura
acreditais na eficiência de um grande exército dirigido por diversos
generais, cada qual com o seu sistema, com o seu método de operar e com
pontos de mira divergentes? Jamais! Nessas condições só encontrareis a
derrota, porquanto ‒ vede bem ‒, o que não podeis fazer com o Evangelho: unir-vos pelo amor do bem, fazem os vossos inimigos, unindo-se pelo amor do mal!
Eles não obedecem a diversas orientações, nem colimam objetivos
diversos; tudo converge para a Doutrina Espírita ‒ Revelação da
Revelação – que não lhes convém e que precisam destruir, para o que
empregam toda a sua inteligência, todo o seu amor do mal, submetendo-se a
uma única direção!
A luta cresce dia a dia, pois que a vontade de Deus, iniciando as suas
criaturas nos mistérios da vida de além-túmulo, cada vez mais se torna
patente. Encontrando-se, porém, os vossos Espíritos em face da Doutrina,
no estado precário que acabo de assinalar, pergunto: ‒ Com que elemento
contam eles, os vossos Espíritos, na temerosa ação em que se vão
empenhar, cheios de responsabilidade?
Em que canto da Terra já se ergue o grande tabernáculo onde ireis
elevar os vossos pensamentos; em que canto da Terra construístes a
grande muralha contra a qual se hão de quebrar as armas dos vossos
adversários?
Será possível que, à semelhança das cinco virgens pouco zelosas, todo o
cuidado da vossa paz tenhais perdido? Que conteis com as outras, que
não dormem e que ansiosamente aguardam a vinda do seu Senhor?
Mas, se e assim, em que consiste o aproveitamento das lições que
constantemente vos são dadas a fim de tornar uma verdade a vossa
vigilância e uma santidade a vossa oração?
Se assim é, onde os frutos desse labor fecundo de todos os dias, dos vossos amigos de além-túmulo?
Acaso apodreceram roídos pela traça – tocados pelo bolor os vossos arquivos repletos de comunicações?
Onde, torno a perguntar, a segurança da vossa fé, a estabilidade da
vossa crença, se, tendo uma única doutrina para apoio forte e
inabalável, a subdividis, a multiplicais ao capricho das vossas
individualidades, sem contar com a coletividade que vos poderia dar a
força, se constituísseis um elemento homogêneo, perfeitamente preparado
pelos que se encarregam da revelação?
Mas, onde a vantagem das subdivisões? Onde o interesse real para a
Doutrina e seu desenvolvimento, na dispersão que fazeis do vosso grande
todo, dando já, desse modo, um péssimo exemplo aos profanos, por isso
que pregais a fraternidade e vos dividis cheios de dissensões?
Onde as vantagens de tal proceder? Estarão na diversidade dos nomes que
dais aos grupos? Por que isso? Será porque este ou aquele haja recebido
maior doação do patrim6nio divino? Será porque convenha a propaganda
que fazeis?
Mas, para a propaganda, precisamos dos elementos constitutivos dela. Pergunto: ‒ onde a escola dos médiuns? Existe?
Porventura os homens que tem a boa-vontade de estudar convosco os
mistérios do Criador, preparando seus Espíritos para o ressurgir da
outra vida, encontram em vós os instrumentos disciplinados ‒ os médiuns
perfeitamente compenetrados do importante papel que representam na
família humana e cheios dessa seriedade, que dá uma idéia da grandeza da
nossa Doutrina?
Ou a vossa propaganda se limita tão-somente a falar do Espiritismo? Ou
os vossos deveres e as vossas responsabilidades individuais e coletivas
se limitam a dar a nota do ridículo àqueles que vos observam
julgando-vos doidos e visionários?
Meus amigos! Sei quanto é doloroso tudo isto que vos digo, pois que
cada um dos meus pensamentos é uma dor que atinge profundamente o meu
Espírito. Sei que as vossas consciências sentem perfeitamente todo o
peso das verdades que vos exponho. Mas, eu vos disse ao começar: ‒ temos
responsabilidades e compromissos tomados, dos quais procuramos
desobrigar-nos por todos os meios ao nosso alcance!
Se completa não esta a minha missão na Terra; se mereço ainda do Senhor
a graça de vir esclarecer a doutrina que ai me foi revelada, dando-vos
novos conhecimentos compatíveis com o desenvolvimento das vossas
inteligências; se vejo que cada dia que passa da vossa existência –
iluminada pela sublime luz da revelação, sem produzirdes um trabalho à
altura da graça que vos foi concedida ‒
é um motivo de escândalo para as vossas próprias consciências; devo
usar desta linguagem rude de amigo, a fim de que possais, compenetrados
verdadeiramente dos vossos deveres de cristãos e de espíritas, unir-vos
num grande agrupamento fraterno, onde ‒ avigorados pelo apoio mútuo e
pela proteção dos bons ‒ possais enfrentar o trabalho extraordinário que
vos cumpre realizar para emancipação dos vossos Espíritos, trabalho que
inegavelmente ocasionará grande revolução na Humanidade, não só quanto à
parte da Ciência e da Religião, mas também na dos costumes!
Uma vez por todas vos digo, meus amigos: ‒ Os vossos trabalhos, os
vossos labores não podem ficar no estreito limite da boa-vontade e da
propaganda, sem os meios elementares indicados pela mais simples razão.
Não vem absolutamente ao caso o reportar-vos às palavras de Jesus -
Cristo quando disse que – a luz não se fez para ser colocada debaixo do
alqueire. Não vem ao caso e não tem aplicação, porque não possuis luz
própria!
Fazei a luz pelo vosso esforço; iluminai todo o vosso ser com a doce
claridade das virtudes; disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo
de Ismael, templo onde se adora a Deus, se venera o Cristo e se cultiva a
Caridade. Então, sim; distribuí a luz, ela vos pertence!
E vos pertence, porque é um produto sagrado do vosso próprio esforço,
uma brilhante conquista do vosso Espírito ‒ empenhado nas lutas sublimes
da Verdade.
Fora desses termos, podeis produzir trabalhos que causem embriaguez a
vista, mas nunca que falem sinceramente ao coração. Podeis produzir
emoções fortes, por isso que muitos são os que gostosamente se entregam
ao culto do maravilhoso; nunca, porém, deixarão as impressões suaves da
Verdade vibrando as cordas do amor divino no grande coração humano.
Fora dessa convenção ortodoxa, é possível que as plantas cresçam nos
vossos grupos, mas é bem possível que também seus frutos sejam
bastante amargos, bastante venenosos, determinando, ao contrario do que
devia acontecer, a morte moral do vosso Espírito ‒ a destruição, pela
base, do vosso Templo de trabalho!
Se o Evangelho não se tornar realmente em vossos espíritos um broquel,
quem vos poderá socorrer, uma vez que a Revelação tende a absorver todas
as consciências, emancipando o vosso século? Se o Evangelho nas vossas
mãos apenas tem a serventia dos livros profanos, que deleitam a alma e
encantam o pensamento, quem vos poderá socorrer no momento dessa
revolução planetária que já se faz sentir, que dará o domínio da Terra
aos bons, preparados para o seu desenvolvimento, que ocasionara a
transmigração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for
próprio?
Que será de vós ‒ quem vos poderá socorrer ‒ se, a lâmpada do vosso
Espírito, faltar o elemento de luz com que possais ver a chegada
inesperada do Cristo, testemunhando o valor dos bons e a fraqueza moral
dos maus e dos ingratos?
Se fostes chamados às bodas do filho do vosso Rei, por que não tomam
os vossos Espíritos as roupagens dignas do banquete, trocando conosco o
brinde do amor e da caridade pelo consórcio do Cristo com o seu povo?
Se tudo esta preparado, se só faltam os convivas, por que cedeis o
vosso lugar aos coxos e estropiados que, últimos, virão a ser os
primeiros na mesa farta da caridade divina?
Esses pontos do Evangelho de Jesus - Cristo, apesar da Revelação, ainda não provocaram a vossa meditação?
Esse eco que reboa por toda a atmosfera do vosso planeta, dizendo ‒ Os tempos são chegados! ‒ será um gracejo dos enviados de Deus, com o fim de apavorar os vossos espíritos?
Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, vivendo cheios
de dissensões e de lutas, como se não constituíssemos uma única família,
tendo para regência dos nossos atos e dos nossos sentimentos uma única
doutrina?
Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, dando a todo
momento e a todos os instantes a nota do escândalo, apresentando-nos
aos homens sob o aspecto de homens cheios de ambições, que não trepidam
em lançar mão até das coisas divinas para o gozo da carne e satisfação
das paixões do mundo?
Mas seria simplesmente uma obcecação do Espírito ‒ pretender
desobrigar-se dos seus compromissos e penetrar, no reino de Deus,
coberto dessas paixões e dessas misérias humanas!
Isso equivaleria não acreditardes naquilo mesmo em que dizeis crer;
seria zombar do vosso Criador que, não exigindo de vós sacrifício, vos
pede, entretanto, não transformeis a sua casa de oração em covil de
ladrões!
Meus amigos! Sem caridade não ha salvação ‒ sem fraternidade não pode haver união.
Uni-vos, pois, pela fraternidade, debaixo das vistas do bom Ismael,
vosso Guia e Protetor. Salvai-vos pela Caridade, distribuindo o bem por
toda a parte, indistintamente, sem pensamento oculto, àqueles que vos
pedem lhes deis da vossa crença ao menos um testemunho moral, que os
possa obrigar a respeitar em vós o individuo bem-intencionado e
verdadeiramente cristão.
Sobre a propaganda que procurais fazer, exclusivamente para chamar ao
vosso seio maior número de adeptos, direi ‒ se os meios mais fáceis que
tendes encontrado são a cura dos vossos irmãos obsessos, são as visitas
domiciliárias e a expansão dos fluidos ‒ aí tendes um modesto trabalho
para vossa meditação e estudo.
E, lendo, compreendendo, chamai-me todas as vezes que for do vosso
agrado ouvir a minha palavra e eu virei esclarecer os pontos que
achardes duvidosos ‒ virei, em novos termos, se preciso for, mostrar-vos
que esse lado que vos parece fácil para a propaganda da Doutrina ‒ é o
maior escolho lançado no vosso caminho ‒ é a pedra colocada às rodas do
vosso carro triunfante ‒ será, finalmente, o motivo da vossa queda
desastrosa, se não souberdes guiar-vos com o critério exigível de
quantos se empenham numa tão grande causa.
Permita Deus que os espíritas a quem falo, que os homens a quem foi
dada a graça de conhecer em espírito e verdade a Doutrina do Cristo,
tenham a boa-vontade de me compreender ‒ a boa-vontade de ver nas minhas
palavras unicamente o interesse do amor que lhes consagro.
Allan Kardec
Fonte: A Prece
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Oração para não incomodar ninguém
Senhor!... Concede-me, por misericórdia, o dom de contentar-me com o que tenho, a fim de fazer o melhor que posso.
Ensina-me a executar uma tarefa de cada vez no campo das minhas obrigações, para que eu não estrague o valor do tempo.
Livra-me da precipitação e da insegurança, de modo que não busque aflições desnecessárias ante o futuro, nem me entregue à inutilidade no presente.
Dá-me força de esperar com paciência a solução dos problemas que me digam respeito, sem tumultuar o caminho dos que me cercam.
Ajuda-me a praticar o esquecimento de mim mesmo, auxiliando-me a fazer pelo menos um benefício aos outros, cada dia, sem contar isso a ninguém.
Se este ou aquele companheiro me aborrece, induze-me a olvidar o que passou, sem dar conhecimento do assunto aos que me rodeiam.
Ensina-me a não condenar seja quem for e, quando algum apontamento injurioso ou alguma nota de crítica malévola vierem-me à cabeça, ampara-me a fim de que eu tenha recursos de dissipá-los em silêncio, no plano de meus esforços imanifestos.
Impele-me a calar toda queixa em torno das provas e empecilhos da vida, para que eu não perturbe os que me compartilham a estrada.
Auxilia-me a conservar boa aparência tanto quanto o espírito isento de culpa, a falar com voz calma, sustentar bons modos e perder o hábito de dizer dos outros sem necessidade.
E ajuda-me, Senhor, a viver na obediência aos meus deveres e compromissos, trabalhando e servindo, para não incomodar a ninguém.
Assim seja!
terça-feira, 13 de novembro de 2012
VAIDADE RELIGIOSA
Ramakrishna, um dos maiores avatares que a Humanidade já conheceu,
dizia que “podem desaparecer gradualmente as vaidades comuns a todos os
homens, mas difícil de morrer é a vaidade de um religioso a respeito da
sua religiosidade”.
Analisando o sábio conceito, observamos, no
entanto, que maior vaidade existe no religioso não em relação aos
demais religiosos, adeptos de crenças diferentes da que ele professa,
mas sim em relação ao seu entendimento dos preceitos doutrinários que
abraça, que considera superior ao entendimento de seus próprios irmãos
de fé.
Vejamos se conseguimos ser mais claros no que pretendemos dizer.
Por exemplo: até certo ponto, compreende-se a rivalidade entre os
adeptos de duas crenças religiosas, em suas interpretações da Verdade,
por vezes absolutamente antagônicas uma à outra, através de princípios
praticamente inconciliáveis. Como, porém, compreender-se o ódio com o
qual, não raro, um espírita se lança contra outro, apenas e tão somente
porque, sobre determinado tema, possuem um ângulo de visão um pouco
diferente entre si?!
Numa Casa Espírita há quem,
frequentemente, discuta – e discuta feio! – por conta do passe, da
reunião mediúnica, da tarefa assistencial, cada qual buscando,
vaidosamente, a primazia de seu ponto de vista.
No Movimento
Espírita, infelizmente, a vaidade campeia, nos deixando profundamente
envergonhados e entristecidos conosco mesmos, que falhamos nas mais
comezinhas demonstrações de nossa fé.
Debaixo de estranha
fascinação, muitos comparecem a essa ou àquela reunião apenas com o
propósito de discordar do companheiro que, no fundo, está procurando
fazer o melhor ao seu alcance, preocupado com o conteúdo, e não com o
rótulo.
Muitos outros, a fim de continuarem vinculados às atividades de seus respectivos grupos, impõem certas condições:
- Tem que ser do meu jeito, ou eu me afasto...
- Eu sou o fundador desta Casa – coloquei muito dinheiro do bolso aqui...
- Sou o mais antigo frequentador e não aceito que passem por cima de minha autoridade...
- Aqui quem toma todas as decisões sou eu – não acato nem a palavra do Guia...
A vaidade de um espírita a respeito de seus conhecimentos, ou
pseudoconhecimentos, é muito difícil de morrer, e mesmo quando morre,
durante muito tempo, permanece mumificada... Como falou Ramakrishna, é
mais fácil que lhe desapareça qualquer outra vaidade comum!
Daí
a necessidade de nos empenharmos, com todas as forças do espírito, para
que o Espiritismo, em nossas existências, não seja mais um pedestal
para as ilusões efêmeras que buscamos, das quais, evidentemente,
haveremos de nos arrepender amargamente.
Feliz, pois, do
espírita cujo único propósito na Doutrina, a cada dia, já seja o de tão
somente servir, incondicionalmente, à Causa do Evangelho Redivivo, sobre
o homem velho que resiste em “morrer” dentro de si lançando mais uma pá
de cal!...
INÁCIO FERREIRA
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