Antes de lançares sobre os desencarnados a culpa pelos males e aflições
que, tantas vezes, padeces na existência carnal, medita na ação dos
obsessores terríveis que, em ti mesmo, acalentas, sequer cogitando de
sua perniciosa influência.
Tais entidades espirituais, embora
sejam tão invisíveis quanto às outras que afirmas te rondarem os passos,
costumam ser mais presentes em tua existência que os pobres
desencarnados que, indebitamente, rotulas de perturbadores, quando, na
maioria das vezes, não passam de criaturas necessitadas de tuas preces.
De maneira sucinta, listaremos abaixo tais agentes das trevas que,
habitualmente, se fazem mais presentes em teu dia a dia, sem que tomes
qualquer providência para deles te libertar.
Ódio – sob a sua ação funesta és capaz de tomar atitudes altamente comprometedoras de tua paz e felicidade.
Inveja – a sua força pode ser tão avassaladora sobre ti que, debaixo de
sua sugestão hipnótica, corres o risco de deixar de viver a tua própria
vida para viver a vida dos outros.
Ciúme – no campo do
relacionamento humano, já se perdeu a conta do número de vítimas feitas
por esse espírito que tem o estranho poder de anular o discernimento de
quem por ele é possuído.
Egoísmo – exige exclusividade e,
igualmente, não se sabe quantos por ele vivem em regime de completa
subjugação moral, a ponto de anular quase todas as possibilidades de
crescimento espiritual da criatura a que se enlaça.
Desânimo –
atuando com sutileza, suscita infindáveis questionamentos a respeito do
que vale ou deixa de valer a pena, em matéria de esforço, e, não raro,
se transfigura em depressão e descrença.
Revolta – a dor que
esta entidade costuma provocar na alma em que se aloja é tão grande,
que, infelizmente, só poderá ser desalojada com o auxílio de uma dor
maior ainda.
Ociosidade – aparentemente inofensivo, porém,
autêntico lobo em pele de ovelha, este obsessor é o que mais bem sabe se
disfarçar e, assim, enganar aqueles que se comprazem em sua companhia.
Ambição – dos agentes das trevas, este, talvez, seja o mais
inconsequente de todos, porque, em verdade, enquanto não leva a sua
vítima para o túmulo não lhe concede trégua.
Muitos outros
obsessores deste naipe, em falanges inumeráveis, óbvio, poderiam ser
aqui ainda listados: orgulho, desfaçatez, sensualidade, cupidez,
mentira, maledicência, leviandade...
Não obstante, crendo ter
cumprido com o papel de denunciá-los, vamos parando por aqui, não sem
antes afirmar que estes quadros de obsessão, para os quais quase ninguém
cogita de tratamento espiritual sério, através, principalmente, da
desobsessão no trabalho da Caridade, são os responsáveis por 90% dos
desastres cuja culpa os homens encarnados acham muito mais fácil
atribuir aos infelizes desencarnados que, também, tombaram sob o seu
talante.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 4 de março de 2013