domingo, 24 de novembro de 2013

...Nosso Lar...


Quando morremos não temos “Chefes”. Você é livre, totalmente livre. O Nosso Lar é apenas uma das inúmeras colônias que existem do outro lado da vida. Essa colônia é formada por um grupo de espíritos que resolveram formar uma comunidade para ajudar pessoas desencarnadas que se encontram desorientadas em regiões do Umbral. Como toda organização social é necessário a existência de ordem, hierarquia, diciplina, regras para que tudo funcione de forma organizada, para que todos possam compactar com os mesmo objetivos do grupo. Por isto, para viver em Nosso Lar, para receber a ajuda e o auxílio que os habitantes de Nosso Lar tem a oferecer é necessário seguir as orientações do que você chamou de Chefes que na verdade são espíritos superiores, que nem precisavam estar fazendo este trabalho em esferas inferiores, mas que dedicam sua existência para ajudar o próximo, mesmo que do outro lado da vida.

No filme Nosso Lar você deve ter visto a história da menina que resolveu sair do Nosso Lar e retornar para o Umbral. Isto mostra apenas que todos são livres para ficar ou para sair. Ninguém está no Nosso Lar obrigado. No filme só é mostrado uma das regiões do Umbral que é o Vale dos Suicidas. Mas existem inúmeras colônias, cidades, agrupamentos de pessoas vivendo no Umbral. Muitas destas regiões são organizadas com grandes cidades semelhantes a toda grande cidade que existe na Terra. Como no plano espiritual as pessoas se agrupam por afinidade a maioria dos grupos que se formam no Umbral são de pessoas que tem simpatia mútua, que tem os mesmos gostos, os mesmos prazeres, os mesmos problemas. E estes agrupamentos ocorrem naturalmente, nada mais natural do que procurar pessoas parecidas com você para se juntar. E sempre que vivemos em uma comunidade é necessário a presença de uma liderança, ou dos chefes que você relata em sua dúvida. Estas cidades, vilas, colônias, tribos, sempre possuem seus líderes.

Você relata as imagens que mostram pessoas sendo torturadas no Umbral por outras. É fácil de compreender. Imagine escravo ou muitos escravos de uma fazenda que foram mortos sobre tortura e chicotadas em um tronco. Se estas pessoas não perdoarem como Jesus nos ensinou (perdoar nossos inimigos) elas vão alimentar um sentimento de ódio e principalmente de vingança. Quando o responsável por suas dores em vida acaba passando para o outro lado acaba sendo vítima de suas vítimas. Movido pela vingança o espírito destes escravos podem tentar proporcionar a mesma dor que sofreram na terra para o senhor do engenho que agora se encontra do outro lado.

Somente o perdão e o arrependimento pode destruir este circulo vicioso de violência. Quem sofre precisa perdoar quem o fez sofrer. E quem fez alguém sofrer precisa se arrepender. Sem perdão e sem arrependimento só existe mesmo o sofrimento e a dor, mesmo quando estamos do outro lado da vida.

PESSOAS ESPIRITUALISTAS...

 As pessoas espiritualistas estão no mundo, mas não pertencem a ele. Externamente são pessoas comuns, internamente são discípulos da luz espiritual.
Têm uma missão singular na existência: Viver e espalhar o conhecimento espiritual na Terra.
Possuem as mesmas qualidades e os mesmos defeitos da maioria dos homens.
No entanto, possuem uma condição especial que a maioria da humanidade ainda não tem: a sensibilidade de perceber vibrações espirituais.
São pessoas comuns, como todas, mas têm um trabalho especial a fazer; Podem padecer de enfermidades e também enfrentam problemas pessoais, como pessoas comuns; Contudo, há seres de luz vibrando energias sutis por elas e sustentando-as continuamente, mesmo quando tudo parece perdido.
Canalizam o amor que vem do mais Alto e, por isso, quando falam, elevam o pensamento de quem as ouve com atenção. Elevam o sentimento de quem às percebe interiormente.
Elevam o padrão energético do ambiente em que se manifestam.
São portadores da luz e, portanto, condutores de almas para o Bem Maior. Porém, como acontece a todos os seres humanos, também são açoitados por pensamentos negativos, sentimentos discordantes e energias perniciosas. Além disso, podem ser assediadas por rajadas energéticas das trevas ou pelas pedradas da incompreensão dos outros
a respeito do trabalho espiritual que abraçaram. Não lhes falece, porém, o auxílio do Alto, que a todo instante lhes remete energias superiores e inspirações beneficentes.
Por isso, os mentores espirituais sempre aconselham aos trabalhadores espiritualistas: discernimento, modéstia e compaixão. Não só no trabalho espiritual, mas também nas coisas mais comuns da vida. Há um trabalho a ser feito e só os mais fortes e amorosos conseguem vencer as barreiras humanas e astrais que são levantadas contra o esclarecimento espiritual. Que cada espiritualista conscientize-se de que:
* O pensamento é força a ser educada;
* O sentimento é o ouro da consciência;
* A energia sadia é fruto do autodomínio sobre si mesmo.
Que Jesus nos abençoe e nos conduza ao Porto Maior, onde os enviados do Alto nos aguardam com flores de luz pura. Psicografado por Chico Xavier, pelo espírito de André Luiz e Ramatís..

OS ANIMAIS ...



O CÃO E O HOMEM

O cão possui faculdades apreciáveis, sentimentos afetivos, nobres, predominando o da fidelidade que, infelizmente, é o menos desenvolvido nos seres humanos primitivos ou pouco evoluídos. Ser fiel ao nosso próximo, é possuir uma das mais excelsas virtudes, a que faltou até em alguns dos discípulos do Mestre dos mestres - Jesus! Ter lealdade é ser amigo dedicado a outro ente, incapaz de o ludibriar; é ser infenso à traição - um dos mais condenáveis delitos morais.

Jamais um cão trai o seu senhor; antes, é capaz de se arrojar sobre um malfeitor e imolar a vida para defendê-lo! No entanto, o homem, o racional consciente, muitas vezes é infiel à consorte, aos amigos, aos próprios irmãos e pais que lhe insuflaram a vida, educaram e alimentaram, que por ele se sacrificaram com heroicidade ignorada e inexcedível. Revela-nos o cão notáveis virtudes: lealdade, submissão, denodo na defesa do amo, abnegação no cumprimento de seus humildes misteres, no sacrifício da vida em prol da do que o criou e alimentou. Não patenteia servilismo, e sim reconhecimento e fidelidade que não se podem confundir com aquele: um é treva, outro luz. Na maioria dos cães existem faculdades anímicas dignas de reparo, sobressaindo a da vidência e a da percepção sensitiva. O cão enxerga nas trevas, nos abismos da Terra e das almas, e, quase sempre, em vez de fixar a vista para devassar o ser humano, utiliza o olfato, que pressente as irradiações de quem se lhe aproxima, percebendo se são maléficas ou benéficas, as de um amigo ou adversário, pois, para ele, há como que o suave aroma de uma rosa ou a exalação nauseante do perverso que concebe espantosos delitos!

O olfato para ele é, assim, uma segunda visão, uma percepção psíquica de grande potência, um verdadeiro portento com o qual foi dotado pela Natureza. A sagacidade do cão é às vezes superior à do homem. Eis a triste conclusão a que chegamos: ultrapassa a dos mais famosos dos investigadores racionais. Essa emanação psíquica, pressentida pelo cão, constitui a chamada intuição que atua também à distância, nos vegetais e em todos os seres, afetando-os, causando-lhes, em numerosos casos, o aniquilamento da vida orgânica, fenômeno esse constatado há muitos séculos, pelos romanos, que lhe deram o nome de jetatura.* (Espírito de Victor Hugo - Médium: Zilda Gama - Obra: Almas Crucificadas).
Nota do compilador:(*) = Jetatura = mau-olhado, azar, má sorte. Bruxaria

JAMAIS UM CÃO TRAI O SEU SENHOR; ANTES, É CAPAZ DE SE ARROJAR SOBRE UM MALFEITOR E IMOLAR A VIDA PARA DEFENDÊ-LO!

VISÃO DOS ANIMAIS

O cão e o cavalo vêem ou sentem os Espíritos. Nunca testemunhastes a repugnância que manifestam, por vezes, esses animais, de passar por um lugar onde ignoravam tivesse sido enterrado um corpo humano? Certamente direis que seus sentidos podem ser despertados pelo odor particular dos corpos em putrefação. Então por que passam indiferentes ao lado do cadáver enterrado de um outro animal? Porque se diz que o cão sente a morte? Jamais ouvistes cães uivando sob a janela de uma pessoa agonizante, quando esta lhe era desconhecida? Não vedes, também, fora da superexcitação da raiva, diversos animais se recusarem a obedecer à voz do dono, recuar com medo, ante um obstáculo invisível, que parece lhes barrar a passagem? e se encolerizarem? e depois passarem tranqüilamente pelo mesmo lugar que lhes inspirava tão grande terror, como se o obstáculo tivesse desaparecido? Têm-se visto animais salvarem seus donos de um perigo iminente, recusando percorrer o caminho onde estes teriam podido sucumbir. Os fatos de visões nos animais se encontram na antigüidade e na idade média, assim como em nossos dias.

Assim, sem dúvida os animais vêem os Espíritos. Aliás, dizer que eles têm imaginação não é lhes conceder um ponto de semelhança com o espírito humano? e o instinto não é neles a inteligência rudimentar, apropriada às suas necessidades, antes que tenha passado pelos cadinhos modificadores, que a devem transformar e lhe dar novas faculdades? O homem também tem instintos, que o fazem agir de maneira inconsciente, no interesse de sua conservação. Mas, à medida que nele se desenvolvem a inteligência e o livre-arbítrio, o instinto se enfraquece, para dar lugar à razão, porque o guia cego lhe é menos necessário.

O instinto, que tem toda a sua força no animal, perpetuando-se no homem, onde se perde pouco a pouco, certamente é um traço de união entre as duas espécies. A sutileza dos sentidos no animal, como no selvagem e no homem primitivo, substituindo nuns e noutros a ausência ou insuficiência do senso moral, é outro ponto de contato. Enfim, a visão espiritual que, muito evidentemente, lhes é comum, posto que em graus diversos, também vem diminuir a distância que parecia erguer uma barreira intransponível. Contudo, nada concluais de modo absoluto: observai atentamente os fatos, porque somente dessa observação um dia vos surgirá a verdade. (Espírito de Moki - R. E. 1865)

Obs.: Este conselho é muito sábio, pois, evidentemente, apenas nos fatos é que se pode assentar uma teoria sólida; fora disto só haverá opiniões e sistemas. Os fatos são argumentos sem réplica, cujas conseqüências, mais cedo ou mais tarde, quando constatados, terão que ser aceitas. Foi este princípio que serviu de base à Doutrina Espírita, o que nos leva a dizer que ela é uma ciência de observação - Allan Kardec).

OS ANIMAIS SÃO NOSSOS IRMÃOS

O planeta Terra, tal como hoje o conhecemos, é indiscutivelmente diferente daquele que nos seus primórdios era apenas uma massa de gases em alta temperatura, provavelmente ejetada do Sol.

Então, a vida ainda não existia aqui.

Deus, na Sua onisciência, estava criando mais uma escola.

Milhões de anos somando-se a outros milhões, chegando aos bilhões, eis que os Espíritos responsáveis pela evolução do novo mundo, magnetizando o protoplasma, fizeram surgir células e bactérias, dando-lhes vida própria, iniciando o ciclo da Vida, nos primeiros seres vivos planetários - os unicelulares.

Já eram individualizados, mas não se reproduziam sem custosos movimentos, uns buscando os outros. Dotados do instinto da preservação das espécies, eis que, da junção dos semelhantes, surgiram algas e cogumelos.

E com as algas, surgiu o sexo na face do planeta!

Num espaço colossal do Tempo, das algas aos grãos, dos grãos às flores, chegamos ao reino vegetal, como hoje ainda o conhecemos.

Não de um salto, mas em cadeia sucessiva, harmônica e permanente de transformações.

Assim também aconteceu com os animais irracionais: partindo do protoplasma originou-se o reino animal. Do longínquo e humilde protozoário aos mamíferos, toda uma extensa escala foi percorrida e incontáveis degraus da escada evolutiva foram galgados.

Quando falamos dos mamíferos, que são a ordem mais elevada do reino animal, não podemos negar ao nosso coração o direito de amá-los.

São nossos irmãos! Inferiores, é verdade, mas colocados no mundo com duplo objetivo: ajudar o progresso do homem e evoluir.

Se não existissem elefantes, camelos e principalmente cavalos, provavelmente a Humanidade ainda estaria no paleolítico, que se perpetuaria.

A força animal, muito maior que a humana, largamente utilizada na agricultura e nas construções de toda espécie, em todos os lugares e desde todos os tempos, removendo obstáculos, conduzindo pedras enormes, árvores, arados e fardos, possibilitou ao homem sair da caverna e hoje utilizar seu computador; ou, ver sua televisão, receber amigos e saborear deliciosas e finas iguarias, tudo isso a muitos e muitos metros do chão, em luxuosos apartamentos de cobertura...

Da canoa aos transatlânticos, do carro de boi ao avião supersônico, das peles curtidas aos confortáveis tecidos, tudo, tudo, se deve ao esforço humilde, subserviente, desinteressado e inigualável dos animais!

Se na agricultura, transportes e construções foram substituídos por possantes tratores e por fantásticos veículos pesados, não se poderá jamais olvidar a colaboração dos animais: ademais, indeclinável citar que, para viver, não necessitam dos homens, pois que a Mãe Natureza lhes é gentil e pródiga.

Gentil, ao fornecer-lhes alimento suficiente, jamais faltando.

Pródiga, ao equipá-los com o instinto, avalista de sua sobrevivência e da continuidade das espécies.

Meus irmãos:

O homem, convivendo com os animais, tem uma colossal influência sobre seu comportamento. Ao prodigalizar-lhes respeito, amparo e amor, desanuvia nos seus cérebros selvagens as tendências inatas de sobrevivência, regidas pela “lei das selvas”, segundo a qual vence sempre o mais forte.

Geração após geração os animais que convivem com o homem vêm se transformando, em lenta porém inexorável evolução, já não sendo raro vermos feras receber afagos humanos e retribuí-los.

Todos os animais, por natureza, são selvagens.

Talvez, o maior auxiliar do homem, dentre todos, tenha sido o primeiro a ser domesticado: o cavalo. Com ele, desbravaram-se regiões desconhecidas, vencendo distâncias.

Após o cavalo, na escala de ajuda aos homens, temos o generoso casal boi/vaca, com funções distintas, que na vida e na morte só faz atender ao homem. Se o cavalo vai perdendo espaço, os bovinos aumentam sua utilidade, sendo hoje indispensáveis à sobrevivência alimentar humana. Até quando? Só Deus sabe...

A seguir, temos os elefantes: tão grandes quanto sensíveis, prestaram-se em demorados séculos a transportar pesadas cargas (toras e pedras). Ainda hoje há regiões no planeta que sem eles sucumbiriam.

Os caprinos: mansos e acomodados, forneceram abrigo contra o frio, além de alimento com seu leite e sua carne.

Trazidos para o lar e tratados como elementos da família, estão os cães e os gatos. A moderna Psicologia recomenda tê-los em casa, pois são fonte inesgotável de carinho e aplanadores de tensões da vida moderna.

Falemos, antes, dos pássaros engaiolados: é crueldade privar seres que poderiam transitar pela vastidão dos céus, reduzindo sua locomoção a poucos centímetros de espaço cercado de arames...

Irmãos: libertai os pássaros!

Quanto aos cães, passaram a trocar amizade com seus donos quando também encontraram reciprocidade: recebendo proteção, alimento e carinho nos lares, retribuem com amizade desinteressada e constituem-se em sentinelas permanentemente atentas; garantem a segurança da família e do patrimônio. Não são poucos os registros de atos de incomparável heroísmo e desprendimento de cães a homens.

Quanto aos gatos, ah! os gatos! Observados pelos egípcios, milênios atrás, foram trazidos para dentro dos ambientes domésticos, por serem inimigos naturais dos ratos. Mas, seria só isso que os mantêm até hoje nos lares? Certamente que não. Sua natural independência irrita algumas pessoas, porém assim foram criados por Deus que os dotou de predicados invejáveis: agilidade, provável percepção astral e delicadíssimos contornos, que os tornam tão graciosos. Dentro de casa, são sentinela muito mais competente que os cães, pois que pressentem movimentos externos, absolutamente inaudíveis ou perceptíveis àqueles. Descendendo da linhagem dos felinos, trazem, na verdade, traços de agressividade e selvageria. Mas, quem lhes trata e dedica carinho, recebe deles demonstrações inequívocas de gratidão e amizade.

Companheiros em Jesus:

Outros animais, entre monos, felinos e ursos, aceitam o convívio com o homem, na pessoa de domadores e tratadores, sem agredi-los, no triste cativeiro dos circos ou nos não menos tristes zoológicos.

Nos animais predomina o instinto e existem lampejos de inteligência; por esses lampejos é que absorvem a influência dos seus donos ou dos seus tratadores, passando a carrear, na própria estrutura psíquica, além de condicionamentos, possibilidades de atos mais ou menos inteligentes.

Vemos assim que o homem tem plenas condições de atenuar o instinto selvagem do animal, apaziguando-o com proteção, respeito e carinho. Assim procedendo, colabora com a evolução das espécies, o que faz parte primordial da Vida e dos planos de Deus.

No mundo espiritual, após a morte física, as almas dos animais se juntam, por simbiose - por similaridade física e psíquica.

Espíritos da Natureza, especialmente designados pelos Planos Superiores, cuidam dessas almas, providenciando seu retorno à vida terrena, ou então, separando os que mais se destacam, por nobreza de ações. Esses últimos, quais criancinhas matriculadas em escolas maternais, recebem de destacados especialistas celestes, os primeiros raios de raciocínio. Daí, não será demais afirmarmos que à frente, nas esquinas do tempo, esses rudimentares alunos, ao reencarnar, estarão com as primitivas formas orgânicas humanas...

Porque, embora seja superior à nossa capacidade em palmilhar os desígnios divinos, não nos padece dúvida, conquanto intuitivamente, que os homens de hoje, foram exatamente os animais de ontem...

Indo além em nossas humildes elocubrações, pedindo perdão ao Criador pela nossa talvez descabida porém sincera ousadia em tentar decifrar tão elevados mistérios, podemos imaginar que considerando a multiplicidade de mundos no Universos, nessa primeira etapa hominal serão alocados em um deles, consentâneo com seu nível evolutivo.

E mais perdão ainda precisamos, pois não podemos ocultar que pensamos ter o nosso planeta superado essa fase - a idade da pedra -, tendo já evoluído, ele próprio, como aliás, tudo o mais no Universo, que é obra de Deus!

Que a humildade de Jesus seja para nós supremo ideal a ser conquistado e que as luzes do Mestre desde já iluminem um pouco mais nossos Espíritos.”

(Espírito de Van Der Goehen - Médium: Eurípedes Kühl. - O Quartel e o Templo)

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

domingo, 18 de agosto de 2013

Dor e coragem



Na Terra todos temos inimigos.
Todos, sem exceção.
Até Jesus os teve.
Mas isso não é importante.
Importante é não ser inimigo de ninguém, tendo dentro da alma a dúlcida presença do incomparável Rabi, compreendendo que o nosso sentido psicológico é o de amar indefinidamente.
Estamos no processo da reencarnação para sublimar os sentimentos.
Por necessidade da própria vida, a dor faz parte da jornada que nos levará ao triunfo.
É inevitável que experimentemos lágrimas e aflições.
Mas elas constituem refrigério para os momentos de desafio.
Filhos da alma, filhos do coração!
O Mestre Divino necessita de nós na razão direta em que necessitamos dEle.
Não permitamos que se nos aloje no sentimento a presença famigerada da vingança ou dos seus áulicos: o ressentimento, o desejo de desforçar-se, as heranças macabras do egoísmo, da presunção, do narcisismo.
Todos somos frágeis.
Todos atravessamos os picos da glória mas, também, os abismos da dor.
Mantenhamo-nos vinculados a Jesus.
Ele disse que o Seu fardo é leve, o Seu jugo é suave.
Como nos julga Jesus?
Julga-nos através da misericórdia e da compaixão.
... E o Seu fardo é o esforço que devemos empreender para encontrar a plenitude.
Ide de retorno a vossos lares e levai no recôndito dos vossos corações a palavra libertadora do amor.
Nunca revidar mal por mal.
A qualquer ofensa, o perdão.
A qualquer desafio, a dedicação fraternal.
O Mestre espera que contribuamos em favor do mundo melhor, com um sorriso gentil, uma palavra amiga, um aperto de mão.
Há tanta dor no mundo, tanta balbúrdia para esconder a dor, tanta violência gerando a dor, que é resultado das dores íntimas.
Eis que Eu vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces, disse Jesus.
Mas virá um dia, completamos nós outros, que a ovelha e o lobo beberão a mesma água do córrego, juntos, sem agressividade.
Nos dias em que o amor enflorescer no coração da Humanidade, então, não haverá abismo, nem sofrimento, nem ignorância, porque a paz que vem do conhecimento da Verdade tomará conta de nossas vidas e a plenitude nos estabelecerá o Reino dos Céus.
Que o Senhor vos abençoe, filhas e filhos do coração, são os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos Espíritos-espíritas que aqui estão participando deste encontro de fraternidade.
Muita paz, meus filhos, são os votos do velho amigo,
Bezerra.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO



Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver duvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz;
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado;
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém

quinta-feira, 14 de março de 2013

OBSESSORES TERRÍVEIS




Antes de lançares sobre os desencarnados a culpa pelos males e aflições que, tantas vezes, padeces na existência carnal, medita na ação dos obsessores terríveis que, em ti mesmo, acalentas, sequer cogitando de sua perniciosa influência.

Tais entidades espirituais, embora sejam tão invisíveis quanto às outras que afirmas te rondarem os passos, costumam ser mais presentes em tua existência que os pobres desencarnados que, indebitamente, rotulas de perturbadores, quando, na maioria das vezes, não passam de criaturas necessitadas de tuas preces.

De maneira sucinta, listaremos abaixo tais agentes das trevas que, habitualmente, se fazem mais presentes em teu dia a dia, sem que tomes qualquer providência para deles te libertar.

Ódio – sob a sua ação funesta és capaz de tomar atitudes altamente comprometedoras de tua paz e felicidade.

Inveja – a sua força pode ser tão avassaladora sobre ti que, debaixo de sua sugestão hipnótica, corres o risco de deixar de viver a tua própria vida para viver a vida dos outros.

Ciúme – no campo do relacionamento humano, já se perdeu a conta do número de vítimas feitas por esse espírito que tem o estranho poder de anular o discernimento de quem por ele é possuído.

Egoísmo – exige exclusividade e, igualmente, não se sabe quantos por ele vivem em regime de completa subjugação moral, a ponto de anular quase todas as possibilidades de crescimento espiritual da criatura a que se enlaça.

Desânimo – atuando com sutileza, suscita infindáveis questionamentos a respeito do que vale ou deixa de valer a pena, em matéria de esforço, e, não raro, se transfigura em depressão e descrença.

Revolta – a dor que esta entidade costuma provocar na alma em que se aloja é tão grande, que, infelizmente, só poderá ser desalojada com o auxílio de uma dor maior ainda.

Ociosidade – aparentemente inofensivo, porém, autêntico lobo em pele de ovelha, este obsessor é o que mais bem sabe se disfarçar e, assim, enganar aqueles que se comprazem em sua companhia.

Ambição – dos agentes das trevas, este, talvez, seja o mais inconsequente de todos, porque, em verdade, enquanto não leva a sua vítima para o túmulo não lhe concede trégua.

Muitos outros obsessores deste naipe, em falanges inumeráveis, óbvio, poderiam ser aqui ainda listados: orgulho, desfaçatez, sensualidade, cupidez, mentira, maledicência, leviandade...

Não obstante, crendo ter cumprido com o papel de denunciá-los, vamos parando por aqui, não sem antes afirmar que estes quadros de obsessão, para os quais quase ninguém cogita de tratamento espiritual sério, através, principalmente, da desobsessão no trabalho da Caridade, são os responsáveis por 90% dos desastres cuja culpa os homens encarnados acham muito mais fácil atribuir aos infelizes desencarnados que, também, tombaram sob o seu talante.



INÁCIO FERREIRA




Uberaba – MG, 4 de março de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ORAÇÃO FRATERNAL


Irmão nosso, que estás na Terra, Glorificada seja tua vontade, em favor do Infinito bem.
Trabalha incessantemente pelo Reino Divino, com tua c
ooperação espontânea.
Seja atendida a tua aspiração elevada, com esquecimento de todos os caprichos inferiores.
Tanto no lar da Carne, quanto no Templo do Universo.
O pão nosso de cada dia, que vem do Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente.
Desculpa nossas faltas para contigo, assim como o Eterno Pai tem perdoado nossa dividas em comum.
Não permitas que a tua existência se perca pela tentação dos maus pensamentos.
Livra-te dos males que procedem do próprio coração.
Porque te pertence, agora, a gloriosa oportunidade de elevação para o reino do poder, da justiça, da paz da glória e do amor para sempre!

Assim seja!

 

 Emmanuel

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC
AOS ESPÍRITAS DO BRASIL
 
I - EXORTAÇÃO AO ESTUDO, A CARIDADE
E A UNIFICAÇÃO
 
          Paz e amor convosco.
          Que possamos ainda uma vez, unidos pelos laços da fraternidade, estudar essa doutrina de paz e de amor, de justiça e de esperanças, graças à qual encontraremos a estreita porta da salvação futura ‒ o gozo indefinido e imorredouro para as nossas almas humildes.
          Antes de ferir os pontos que fazem o objetivo da minha manifestação, devo pedir a todos vós que me ouvis a todos vós espíritas a quem falo neste momento que me perdoeis se porventura, na exteriorização dos meus pensamentos, encontrardes alguma coisa que vos magoe, algum espinho que vos vá ferir a sensibilidade do coração.
          O cumprimento do dever nos impõe usemos de linguagem franca, rude mesmo. Por isso que cada um de nós terá uma responsabilidade individual e coletiva e, para salvá-la, lançamos mão de todos os meios que se nos oferecem, sem contarmos, muitas vezes, com a pobreza da nossa inteligência, que não nos permite dizer aquilo que sentimos sem magoar, não raro, corações amigos, para os quais só desejamos a paz, o amor e as doçuras da caridade.
          Certo de que ouvireis a minha suplica; certo de que, falando aos espíritas, falo a uma agremiação de homens cheios de benevolência, encetei o meu pequeno trabalho, cujo único fim é desobrigar-me de graves compromissos que tomei para com o nosso Criador e Pai!
          Sempre compassivo e bom, volvendo os piedosos olhos à Humanidade escrava dos erros e das paixões do mundo, Deus torna uma verdade as palavras do Cristo, e manda o Consolador – O Espírito de Verdade - que abertamente fale da revelação messiânica a essa mesma Humanidade esquecida dAquele que foi levado pelas ruas da amargura, sob o peso das iniqüidades e das ingratidões dos homens!
          Corridos os séculos, desenvolvido intelectualmente o espírito humano, Deus, na sua sabedoria, achou que era chegado o momento de convidar os homens à meditação do Evangelho – precioso livro de verdades divinas até então ensombrado pela letra, devido a deficiência da percepção humana para compreendê-lo em espírito.
          Por toda a parte se fez luz; revelou-se à Humanidade o Consolador prometido, recebendo os povos de acordo com o seu preparo moral e intelectual missões importantes, tendentes a acelerar a marcha triunfante da Boa-Nova!
          Todos foram chamados: a nenhum recesso da Terra deixou de apresentar-se o Consolador em nome desse Deus de misericórdia, que não quer a morte do pecador nem o extermínio dos ingratos e sim os deseja ver remidos dos desvarios da carne, da obcecação dos instintos.
          Sendo assim, a esse pedaço de terra, a que chamais Brasil, foi dada também a Revelação da Revelação, firmando os vossos Espíritos, antes de encarnarem, compromissos de que ainda não vos desobrigastes. E perdoai que o diga: tendes mesmo retardado o cumprimento deles e de graves deveres, levados por sentimentos que não convém agora perscrutar.
          Ismael, o vosso Guia, tomando a responsabilidade de vos conduzir ao grande templo do amor e da fraternidade humana, levantou a sua bandeira, tendo inscrito nela ‒ Deus, Cristo e Caridade. Forte pela dedicação, animado pela misericórdia de Deus, que nunca falta aos trabalhadores, sua voz santa e evangélica ecoou em todos os corações, procurando atraí-los para um único  agrupamento onde, unidos, teriam a força dos leões e a mansidão dos pombos; onde, unidos, pudessem afrontar todo o peso das iniqüidades humanas; onde, enlaçados num único sentimento o do amor pudessem adorar o Pai em Espírito e Verdade; onde se levantasse a grande muralha da fé, contra a qual viessem quebrar-se todas as armas dos inimigos da Luz; onde, finalmente, se pudesse formar um grande dique à onda tempestuosa das paixões, dos crimes e dos vícios que avassalam a Humanidade inteira!
          Constituiu-se esse agrupamento; a voz de Ismael foi sentida nos corações. Mas, à semelhança das sementes lançadas no pedregulho, elas não encontram terra boa para as suas raízes, e quando aquele anjo bom ‒ aquele Enviado de Deus ‒ julgava ter em seu seio amigos e irmãos capazes de ajudá-lo na sua grande tarefa, santa e boa, as sementes foram mirrando ao fogo das paixões, foram-se encravando na rocha, apesar de o orvalho da misericórdia divina as banhar constantemente para sua vivificação.
          Ali, onde a humildade deveria ter erguido tenda, o orgulho levantou o seu reduto; ali, onde o amor devia alçar-se, sublime e esplêndido, até junto do Cristo, a indiferença cavou sulcos, à justiça se chamou injustiça, à fraternidade - dissensão!
          Mas, pela ingratidão de uns, haveria de sacrificar-se a gratidão e a boa-vontade de outros?
          Pelo orgulho dos que já se arvoraram em mestres na sua ignorância, havia de sacrificar-se a humildade do discípulo perfeitamente compenetrado dos seus deveres? Não!
          Assim, quando os inimigos da Luz – quando o espírito das trevas julgava esfacelada a bandeira de Ismael, símbolo da trindade divina; quando a voz iníqua já reboava no Espaço, glorificando o reino das trevas e amaldiçoando o nome do Mártir do Calvário, ele recolheu o seu estandarte e fez que se levantasse pequena tenda de combate com o nome - Fraternidade!
          Era este, com certeza, o ponto para o qual deviam convergir todas as forças dispersas – todos os que não recebiam a semente do pedregulho.
          Certos de que acaso é palavra sem sentido, e testemunhas dos fatos que determinaram o levantamento dessa tenda, todos os espíritas tinham o dever sagrado de vir aqui se agruparem – ouvir a palavra sagrada do bom Guia Ismael – único que dirige a propaganda da Doutrina nesta parte do planeta e único que tem a responsabilidade da sua marcha e desenvolvimento.
          Mas, infelizmente, meus amigos, não pudestes compreender ainda a  grande significação da palavra ‒ Fraternidade!
          Não é um termo, é um fato; não é uma palavra vazia, é um sentimento, sem o qual vos achareis sempre fracos para essa luta que vós mesmos não podeis medir, tal a sua extraordinária grandeza!
          Ismael tem o seu Templo, e sobre ele a sua bandeira Deus, Cristo e Caridade! Ismael tem a sua pequenina tenda, onde procura reunir todos os seus irmãos todos aqueles que ouviram a sua palavra e a aceitaram por verdadeira: chama-se Fraternidade!
          Pergunto-vos: Pertenceis à Fraternidade? Trabalhai para o levantamento desse Templo cujo lema é: Deus, Cristo e Caridade?
          Como, e de que modo?
          Meus amigos! É possível que eu seja injusto para convosco naquilo que vou  dizer: o vosso trabalho, feito todo de acordo não com a Doutrina ‒ mas com o que interessa exclusivamente aos vossos sentimentos, não pode dar bom fruto. Esse trabalho, sem regime, sem disciplina, só pode, de acordo com a doutrina que esposastes, trazer espinhos que dilacerem vossas almas, dores pungentes aos vossos Espíritos, por isso que, desvirtuando os princípios em que ela assenta, dais entrada constante e funesta àquele que, encontrando-vos desunidos pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, facilmente vos acabrunhará com todo o peso da sua iniqüidade.
          Entretanto, dar-se-ia o mesmo se estivésseis unidos? Porventura acreditais na eficiência de um grande exército dirigido por diversos generais, cada qual com o seu sistema, com o seu método de operar e com pontos de mira divergentes? Jamais! Nessas condições só encontrareis a derrota, porquanto vede bem , o que não podeis fazer com o Evangelho: unir-vos pelo amor do bem, fazem os vossos inimigos, unindo-se pelo amor do mal!
          Eles não obedecem a diversas orientações, nem colimam objetivos diversos; tudo converge para a Doutrina Espírita ‒ Revelação da Revelação – que não lhes convém e que precisam destruir, para o que empregam toda a sua inteligência, todo o seu amor do mal, submetendo-se a uma única direção!
          A luta cresce dia a dia, pois que a vontade de Deus, iniciando as suas criaturas nos mistérios da vida de além-túmulo, cada vez mais se torna patente. Encontrando-se, porém, os vossos Espíritos em face da Doutrina, no estado precário que acabo de assinalar, pergunto: ‒ Com que elemento contam eles, os vossos Espíritos, na temerosa ação em que se vão empenhar, cheios de responsabilidade?
          Em que canto da Terra já se ergue o grande tabernáculo onde ireis elevar os vossos pensamentos; em que canto da Terra construístes a grande muralha contra a qual se hão de quebrar as armas dos vossos adversários?
          Será possível que, à semelhança das cinco virgens pouco zelosas, todo o cuidado da vossa paz tenhais perdido? Que conteis com as outras, que não  dormem e que ansiosamente aguardam a vinda do seu Senhor?
          Mas, se e assim, em que consiste o aproveitamento das lições que constantemente vos são dadas a fim de tornar uma verdade a vossa vigilância e uma santidade a vossa oração?
          Se assim é, onde os frutos desse labor fecundo de todos os dias, dos vossos amigos de além-túmulo?
          Acaso apodreceram roídos pela traça – tocados pelo bolor os vossos arquivos repletos de comunicações?
          Onde, torno a perguntar, a segurança da vossa fé, a estabilidade da vossa crença, se, tendo uma única doutrina para apoio forte e inabalável, a  subdividis, a multiplicais ao capricho das vossas individualidades, sem contar com a coletividade que vos poderia dar a força, se constituísseis um elemento homogêneo, perfeitamente preparado pelos que se encarregam da revelação?
          Mas, onde a vantagem das subdivisões? Onde o interesse real para a Doutrina e seu desenvolvimento, na dispersão que fazeis do vosso grande todo, dando já, desse modo, um péssimo exemplo aos profanos, por isso que pregais a fraternidade e vos dividis cheios de dissensões?
          Onde as vantagens de tal proceder? Estarão na diversidade dos nomes que dais aos grupos? Por que isso? Será porque este ou aquele haja recebido maior doação do patrim6nio divino? Será porque convenha a propaganda que fazeis?
          Mas, para a propaganda, precisamos dos elementos constitutivos dela. Pergunto: ‒ onde a escola dos médiuns? Existe?
          Porventura os homens que tem a boa-vontade de estudar convosco os mistérios do Criador, preparando seus Espíritos para o ressurgir da outra vida, encontram em vós os instrumentos disciplinados ‒ os médiuns perfeitamente compenetrados do importante papel que representam na família humana e cheios dessa seriedade, que dá uma idéia da grandeza da nossa Doutrina?
          Ou a vossa propaganda se limita tão-somente a falar do Espiritismo? Ou os vossos deveres e as vossas responsabilidades individuais e coletivas se limitam a dar a nota do ridículo àqueles que vos observam julgando-vos doidos e visionários?
          Meus amigos! Sei quanto é doloroso tudo isto que vos digo, pois que cada um dos meus pensamentos é uma dor que atinge profundamente o meu Espírito. Sei que as vossas consciências sentem perfeitamente todo o peso das verdades que vos exponho. Mas, eu vos disse ao começar: ‒ temos responsabilidades e compromissos tomados, dos quais procuramos desobrigar-nos por todos os meios ao nosso alcance!
          Se completa não esta a minha missão na Terra; se mereço ainda do Senhor a graça de vir esclarecer a doutrina que ai me foi revelada, dando-vos novos conhecimentos compatíveis com o desenvolvimento das vossas inteligências; se vejo que cada dia que passa da vossa existência – iluminada pela sublime luz da revelação, sem produzirdes um trabalho à altura da graça que vos foi concedida é um motivo de escândalo para as vossas próprias consciências; devo usar desta linguagem rude de amigo, a fim de que possais,  compenetrados verdadeiramente dos vossos deveres de cristãos e de espíritas, unir-vos num grande agrupamento fraterno, onde ‒ avigorados pelo apoio mútuo e pela proteção dos bons ‒ possais enfrentar o trabalho extraordinário que vos cumpre realizar para emancipação dos vossos Espíritos, trabalho que inegavelmente ocasionará grande revolução na Humanidade, não só quanto à parte da Ciência e da Religião, mas também na dos costumes!
          Uma vez por todas vos digo, meus amigos: ‒ Os vossos trabalhos, os vossos labores não podem ficar no estreito limite da boa-vontade e da propaganda, sem os meios elementares indicados pela mais simples razão.
          Não vem absolutamente ao caso o reportar-vos às palavras de Jesus - Cristo quando disse que – a luz não se fez para ser colocada debaixo do alqueire. Não vem ao caso e não tem aplicação, porque não possuis luz própria!
          Fazei a luz pelo vosso esforço; iluminai todo o vosso ser com a doce claridade das virtudes; disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo de Ismael, templo onde se adora a Deus, se venera o Cristo e se cultiva a Caridade. Então, sim; distribuí a luz, ela vos pertence!
          E vos pertence, porque é um produto sagrado do vosso próprio esforço, uma brilhante conquista do vosso Espírito ‒ empenhado nas lutas sublimes da Verdade.
          Fora desses termos, podeis produzir trabalhos que causem embriaguez a  vista, mas nunca que falem sinceramente ao coração. Podeis produzir emoções fortes, por isso que muitos são os que gostosamente se entregam ao culto do maravilhoso; nunca, porém, deixarão as impressões suaves da Verdade vibrando as cordas do amor divino no grande coração humano.
          Fora dessa convenção ortodoxa, é possível que as plantas cresçam nos vossos grupos, mas é bem possível que também seus frutos sejam bastante amargos, bastante venenosos, determinando, ao contrario do que devia acontecer, a morte moral do vosso Espírito ‒ a destruição, pela base, do vosso Templo de trabalho!
          Se o Evangelho não se tornar realmente em vossos espíritos um broquel, quem vos poderá socorrer, uma vez que a Revelação tende a absorver todas as consciências, emancipando o vosso século? Se o Evangelho nas vossas mãos apenas tem a serventia dos livros profanos, que deleitam a alma e encantam o pensamento, quem vos poderá socorrer no momento dessa revolução planetária que já se faz sentir, que dará o domínio da Terra aos bons, preparados para o seu desenvolvimento, que ocasionara a transmigração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?
          Que será de vós ‒ quem vos poderá socorrer ‒ se, a lâmpada do vosso Espírito, faltar o elemento de luz com que possais ver a chegada inesperada do Cristo, testemunhando o valor dos bons e a fraqueza moral dos maus e dos ingratos?
          Se fostes chamados às bodas do filho do vosso Rei, por que não tomam  os vossos Espíritos as roupagens dignas do banquete, trocando conosco o brinde do amor e da caridade pelo consórcio do Cristo com o seu povo?
          Se tudo esta preparado, se só faltam os convivas, por que cedeis o vosso lugar aos coxos e estropiados que, últimos, virão a ser os primeiros na mesa farta da caridade divina?
          Esses pontos do Evangelho de Jesus - Cristo, apesar da Revelação, ainda não provocaram a vossa meditação?
          Esse eco que reboa por toda a atmosfera do vosso planeta, dizendo ‒ Os tempos são chegados! ‒ será um gracejo dos enviados de Deus, com o fim de apavorar os vossos espíritos?
          Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, vivendo cheios de dissensões e de lutas, como se não constituíssemos uma única família, tendo para regência dos nossos atos e dos nossos sentimentos uma única doutrina?
          Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, dando a todo  momento e a todos os instantes a nota do escândalo, apresentando-nos aos homens sob o aspecto de homens cheios de ambições, que não trepidam em lançar mão até das coisas divinas para o gozo da carne e satisfação das paixões do mundo?
          Mas seria simplesmente uma obcecação do Espírito ‒ pretender desobrigar-se dos seus compromissos e penetrar, no reino de Deus, coberto dessas paixões e dessas misérias humanas!
          Isso equivaleria não acreditardes naquilo mesmo em que dizeis crer; seria zombar do vosso Criador que, não exigindo de vós sacrifício, vos pede, entretanto, não transformeis a sua casa de oração em covil de ladrões!
          Meus amigos! Sem caridade não ha salvação ‒ sem fraternidade não pode haver união.
          Uni-vos, pois, pela fraternidade, debaixo das vistas do bom Ismael, vosso Guia e Protetor. Salvai-vos pela Caridade, distribuindo o bem por toda a parte, indistintamente, sem pensamento oculto, àqueles que vos pedem lhes deis da vossa crença ao menos um testemunho moral, que os possa obrigar a respeitar em vós o individuo bem-intencionado e verdadeiramente cristão.
          Sobre a propaganda que procurais fazer, exclusivamente para chamar ao vosso seio maior número de adeptos, direi ‒ se os meios mais fáceis que tendes encontrado são a cura dos vossos irmãos obsessos, são as visitas domiciliárias e a expansão dos fluidos ‒ aí tendes um modesto trabalho para vossa meditação e estudo.
          E, lendo, compreendendo, chamai-me todas as vezes que for do vosso agrado ouvir a minha palavra e eu virei esclarecer os pontos que achardes duvidosos ‒ virei, em novos termos, se preciso for, mostrar-vos que esse lado  que vos parece fácil para a propaganda da Doutrina ‒ é o maior escolho lançado no vosso caminho ‒ é a pedra colocada às rodas do vosso carro triunfante ‒ será, finalmente, o motivo da vossa queda desastrosa, se não souberdes guiar-vos com o critério exigível de quantos se empenham numa tão grande causa.
          Permita Deus que os espíritas a quem falo, que os homens a quem foi dada a graça de conhecer em espírito e verdade a Doutrina do Cristo, tenham a boa-vontade de me compreender ‒ a boa-vontade de ver nas minhas palavras unicamente o interesse do amor que lhes consagro.
Allan Kardec
Autor: FEB
Fonte: A Prece