sexta-feira, 13 de abril de 2012


O Anjo da Guarda na Umbanda


O Anjo da Guarda é um Anjo pessoal e tutelar, que têm por função velar, proteger, amparar, inspirar e acompanhar seu tutelado (este acompanhar não é algo necessariamente presencial).

Cada tradição explica o Anjo da Guarda de uma forma diferente, embora nos seja mais familiar os conceitos do Judaísmo e Catolicismo é fato que já existia este conceito nas culturas sumeriana, babilônica, persa (zoroastrismo) e outras da mesopotâmia, no oriente médio antigo.

No Espiritismo (Doutrina de Allan Kardec), além de Deus todas as formas de vida seguem uma mesma e única via de origem e evolução, tudo que vive é, foi ou será espírito, logo anjos são espíritos e anjo da guarda é “espírito tutelar”, muitos o confundem com seu “espírito protetor”, “guia espiritual” ou “mentor”.

O esoterismo se apropriou dos 72 nomes de Deus na Cabala Hebraica, que são potencias de Adonai, atribuíram vogais para estes “nomes potencias” e os identificou como “anjos”, fazendo surgir uma tabela com nomes de anjos, 72 anjos, relacionada com os 365 dias do ano, em que se faz identificar pela data de nascimento o nome de seu anjo e qual suas qualidades. Embora em todas as tradições antigas anjo da guarda não tenha nome conhecido, passou-se a identificar estes nomes de anjos como sendo a identidade dos “anjos da guarda”. Este conceito surge na obra de Lenain (A Ciência Cabalística ) e se repete na obra de Papus (A Cabala) que é também um seguimento do que se conhece como Alta Magia.

Na “Magia Sagrada de Abramelin”, um tratado de Magia Cabalística, aparece um conceito de “Anjo Guardião” que se fará presente nos seguimentos “Mágikos” de Aleister Crowlei, OTO, Golden Daw e da Magia de Telema, em que o “Anjo Guardião” é uma forma personalizada do Mistério Maior, a forma de Deus manifesta para cada um...

Archibald Joseph Macintyre em seu livro “Os Anjos, Uma Realidade Admirável” apresenta de forma resumida as condições da questão CXIII da Suma Teológica, que é de São Tomás de Aquino, o maior teólogo da Igreja Católica e considerado “Doutor Angélico”, desencarnado em 1274, como podemos ver abaixo:

1– Os homens são custodiados pelos Anjos. Isto porque, como o conhecimento e as aflições dos homens podem variar muito, vindo a desencaminhá-los do bem, foi necessário que Deus destinasse anjos para a guarda dos homens, de modo que, por eles, fossem homens orientados, aconselhados e movidos para o bem.

Pelo afeto ao pecado, os homens se afastam do instinto do bem natural e do cumprimento dos preceitos da lei positiva e podem também desobedecer às inspirações que os Anjos bons lhes dão invisivelmente, iluminando-os para que pratiquem o bem. Por isso, se um homem vem a perder-se, isso se deve atribuir à malícia do homem e não à negligência ou incapacidade do Anjo da Guarda.

2 - A cada homem custodiado, corresponde um Anjo Custódio distinto. Cada Anjo tem sob sua responsabilidade uma alma que lhe compete procurar salvar.

3 - O Anjo da Guarda livra constantemente seu protegido de inumeráveis males e perigos tanto da alma quanto do corpo, dos quais o homem não se dá conta. Vimos como Jacob se dirigiu a José (Gen 48,10): “Que o Anjo que me livrou de todos os males abençoe a essas crianças.”

4 - O Anjo da Guarda impede que o demônio nos faça o mal que desejaria fazer-nos. Lembremo-nos da história de Tobias mencionada neste e no capítulo 3.

5 - O Anjo da Guarda suscita continuamente em nossas almas pensamentos santos e conselhos saudáveis (conforme se lê em Gen. 16,18; At. 5,8,10).

6 - O Anjo da Guarda leva a Deus nossas orações e pedidos, não porque Deus onisciente, necessite disso para conhecê-los, mas para que ouça benignamente. Implora por iniciativa própria os auxílios divinos de que iremos necessitar, sem que disso nos demos conta e sem que, muitas vezes venhamos a saber que recebemos esses auxílios (ver Tobias c.3 e 12; Atos c.10).

7 - O Anjo da Guarda ilumina nosso entendimento, proporcionando-nos as verdades, de um modo mais fácil e compreensível, mediante o influxo que pode exercer em nossos sentidos interiores. 2

8 - O Anjo da Guarda nos assistirá particularmente na hora da morte quando mais dele iremos necessitar.

9 - Os Anjos da Guarda, segundo opinião piedosa de grandes teólogos, acompanham as almas de seus prote-gidos ao purgatório e ao céu depois da morte, como acompanhavam as almas dos antigos patriarcas ao “Seio de Abraão”, expressão que simboliza a união com o pai.

De fato, a igreja apoiando e confirmando essa crença, na cerimônia da encomendação da alma a Deus, ao descer o corpo à sepultura, como última oração, reza: “Ide a seu encontro Anjos do Senhor; recebei sua alma e conduzi-a presença do Altíssimo...; que os Anjos te conduzam ao seio de Abraão.”

10 - O Anjo da Guarda, ainda, segundo a opinião de muitos teólogos, atendem às orações dirigidas pelos fiéis à alma de seu custodiado quando esta se encontra no purgatório, “em estado não de socorrer, mas de ser socor-rida” (2-2 Q.83 a. 11. ad 3). Por isso, as súplicas dirigidas às almas do purgatório são das mais eficazes, poi

Por Alexandre Cumino

Nenhum comentário:

Postar um comentário