Senhor! Concede-me, por misericórdia, o dom de contentar-me com o que
tenho, a fim de fazer o melhor que posso. Ensina-me a executar uma
tarefa de cada vez, no campo de minhas obrigações, para que
eu não venha a estragar o valor do tempo. Livra-me da precipitação e da
insegurança, de modo a que não busque aflições desnecessárias ante o
futuro, nem me entregue à inutilidade do presente. Dá-me a força de
esperar com paciência a solução dos problemas que me digam respeito sem
tumultuar o caminho dos que me cercam. Ajuda-me a praticar o
esquecimento de mim mesmo, auxiliando-me a fazer pelo menos um benefício
aos outros, cada dia, sem contar isso a ninguém. Se esse ou aquele
companheiro me aborrece, induze-me a olvidar o que se passou, sem dar
conhecimento do assunto aos que me rodeiam. Ensina-me a não condenar
seja a quem for e quando algum apontamento injurioso ou alguma nota de
crítica malévola vierem-me à cabeça, ampara-me a fim de que eu tenha
recursos de dissipá-los em silêncio, no plano de meus esforços
imanifestos. Impele-me a calar toda a queixa, em torno das provas e
impecilhos da vida, para que eu não perturbe os que me compartilham a
estrada. Auxilia-me a conservar a boa aparência tanto quanto o espírito
isento de culpa, a falar com voz calma, a sustentar bons modos e a
perder o hábito de impor minhas idéias ou de contradizer as dos outros
sem necessidade. E ajuda-me, Senhor, a viver na obediência aos meus
deveres e compromissos, trabalhando e servindo, para não incomodar a
ninguém. Assim seja!
André Luiz / Chico Xavier - Livro: "Diálogo dos Vivos"
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